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Quantas vezes você já mordeu a língua?

Um ensaio sobre IM(perfeição) de software.

Créditos da imagem.

Quantas vezes você já:

  • mordeu a língua?
  • deixou cair algo que ia pegar?
  • bateu o dedo mindinho do pé em algum móvel?

Mas isso quer dizer que sua boca não funciona corretamente? ou que suas mãos deixaram de lhe ser úteis? ou que seus pés esqueceram como é caminhar e devem ser substituídos?

Certamente não!

Morder a língua ou a bochecha de vez em quando não quer dizer que sua boca esqueceu como é mastigar e por isso não lhe serve mais. Nem que precisa de uma boca 2.0.

Deixar cair algo de vez em quando não significa que nossas mãos deixaram de nos ser úteis e por isso abandonamos seu uso.

Tropeçar de vez em quando não prova que seus pés esqueceram como é caminhar e perderam a serventia

Essas “pequenas falhas” simplesmente revelam a nossa natureza humana: somos falhos por definição.

Mas ainda assim, pisamos na lua, descobrimos a cura para diversas doenças, voamos, fazemos transplantes de órgãos tão importantes quanto um coração. Dentre outras realizações que seriam enxergadas como mágica ou impossíveis há não muitos séculos atrás.

E conseguimos tudo isso sendo seres imperfeitos. Realizamos várias maravilhas.

Nesse sentido, como na vida em geral, precisamos rever a definição de bom o bastante no contexto de produzir software. A perfeição não é um estado em um determinado momento, estático. Pelo contrário, a perfeição é um processo de aprimoramento e correção constante.

Grandes empresas já entenderam o que é bom o bastante. Aquelas que mudaram a forma como comunicamos, nos relacionamos e até vivemos como Google, LinkedIn, Apple, Microsoft, Nokia.

E é também graças a esse reconhecimento da falibilidade que chegaram onde chegaram. Softwares imperfeitos foram colocados em produção, para todo mundo usar. O ciclo de correção foi encurtado apoiado pelos métodos ágeis, automação, CICD, DevOps.

Falei um pouco sobre a evolução dos testes em meio a isso tudo nesse texto aqui.

E assim, iniciando com produtos bom o bastante, diversas empresas conquistaram grandes mercados e uma gama sem fim de realizações.

Como desenvolvedores de software de qualidade precisamos nos lembrar disso frequentemente, para não corrermos os risco de focarmos em padrões inalcançaveis e atrasar o lançamento do produto a tal ponto de não ser relevante.