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A pior equipe em que estive

A equipe scrum possuía 8 integrantes:

  • 1 dona do produto;
  • 1 scrum master;
  • 2 testers (eu era um deles);
  • 4 desenvolvedores.

Todos com bastante experiência em suas áreas, bem versados em métodos ágeis e muito bons no que faziam.

A empresa é uma multinacional, com mais de 100 anos de existência, que fatura bilhōes por ano e com bases em diversos países.

Mesmo com tanta experiência reunida em uma mesma equipe e com todo o aparato por parte da empresa, enfrentávamos diversos problemas como:

  • diversas vezes atrasamos as nossas entregas, mesmo sendo uma carga de trabalho que nós mesmos concordamos em fazer em uma determinada sprint;
  • quase nunca estávamos em acordo quanto as estimativas das histórias;
  • parear para trabalhar com outro colega era sempre difícil, parecia que as coisas não fluíam quando estávamos juntos;
  • era difícil perguntar mesmo coisas simples uns aos outros; a sensação de estar incomodando o colega quando perguntava alguma coisa era sempre frequente;
  • a comunicação do estado atual de cada tarefa era complicada: mesmo sentando juntos, conversando todo os dias, respeitando as cerimonias do scrum, por vezes quando alguém dizia que seria capaz de entregar tal tarefa amanhã, isso não se tornava realidade.

Até então, eu nunca tinha trabalhado em uma equipe assim.

Na minha trajetória profissional, havia tido a sorte de sempre trabalhar em equipes que, por maiores as dificuldades enfrentadas, o espírito de equipe imperava, e sempre conseguíamos dar um jeito e realizar entregar consistentes.

Mesmo no tempo em que trabalhei em órgão público no Brasil, enfrentei alguns desafios mas ainda assim conseguimos superá-los.

Mas esse não parecia ser o caso dessa equipe.

E alguns meses após essa equipe ser desfeita, e os membros dela redistribuídos em outras equipes, constatei que realmente o problema era realmente essa equipe.

MAS, o que faltava nela?

Em resumo, consigo dizer que faltava espírito de equipe.

Parece algo vago e que charlatōes com títulos vagos usariam para definir um problema de natureza abstrata sem significar muito.

Apesar de parecer um mistério, existem teorias que tentam explicar. Algumas em formas de propriedades emergentes de sistemas complexos. Outras, definem como espírito de equipe.

Seja como quiser chamar, o fato é que, de alguma forma, pessoas boas, bons profissionais isoladamente, as vezes podem não funcionar bem juntos.

Essa foi a pior equipe em que estive. E conversando com alguns outros membros dela, após estarmos alocados em diferentes equipes, ouvi a mesma constatação.

A equipe era ruim não pelas pessoas em si, mas por elas juntas simplesmente não funcionar. Apesar dos diversos esforços do scrum master e outros gestores de melhorá-la, a melhor decisão, foi no fim desfazê-la.

E assim, aprendi na pele, que ser um bom team player e ter bons team players ao seu lado fazem toda a diferença.

Uma boa equipe

Uma boa equipe, significa muito mais do que ter excelentes profissionais com enormes experiências juntos. Eles devem interagir bem entre si, e serem capazes de constituir uma master mind, como diria Napoleon Hill, que é muito maior, melhor e poderosa do que qualquer indivíduo.

Devem ser capazes de prover feedback e também recebê-lo com prazer. Criticar um colega é muito mais fácil do que receber críticas. Mas ambos os casos devem ser verdade e feitos com o objetivo de melhorar.

Se todos possuem a mesma visão quanto ao seu papel de dar suporte e apoio aos demais membros de uma equipe e fazer muito mais que seu trabalho diário, as coisas fluem de uma forma incrível.

E você, já esteve em uma equipe ruim? o que fez para melhorá-la?

Você não é pago pelo que sabe, mas pelo que faz com o que sabe

Sim, eu sei que é uma afirmação um tanto dura. E também sei que pode parecer obvia para alguns.

No entanto, durante minha carreira, eu a ouvi diversas vezes. As vezes direcionada a mim, as vezes direcionado a outros.

Embora nem sempre com essas palavras, em momentos ela vinha disfarçada e abrandada como diferenças salariais para um mesmo cargo e experiência parecida. Mas era sempre e exatamente com o mesmo sentido, se soubesse ler nas entrelinhas.

Confesso que as primeiras vezes isso me enfureceu pois sou do tipo que gosto de aprender tudo de tudo. Conhecimento para mim é diversão, e uma das coisas mais importantes da vida. Acredito sempre que não existe tal coisa como se ter conhecimento demais.

Levou um tempo para que a entendesse e por fim concordasse com essa afirmação.

Deixe-me ilustrar: suponha que aconteça um acidente de carro e uma pessoa seja ferida durante o acidente.

Passando perto do local há dois médicos:

  1. Doctor T: teórico, ampla educação em medicina, com conhecimento profundo em como realizar procedimentos, mas com pouca experiência prática em como de fato realizá-los;
  2. Doctor P: conhecimento teórico o suficiente, educação o suficiente, com conhecimento o suficiente em como realizar procedimentos, mas com muita experiência prática em como de fato realizá-los.

Eu sei, eu sei, é uma situação exagerada e um tanto quanto extrema. E também entendo que performar bem em determinada situação depende de inúmeros fatores palpáveis e não palpáveis como: cansaço, estresse, equipe em que se esta inserido, processo utilizado, etc etc etc.

Trazendo agora para o mundo do software. Você fez graduação em uma ótima faculdade, fez mestrado, tem inúmeras certificaçōes. Isso demonstra que você é um ótimo teórico e bom estudioso. Perfeito acadêmico.

Mas isso significa que você será o melhor na sua empresa? na sua equipe? não necessariamente.

Entenda que não estou defendendo de forma alguma não fazer uma graduação ou passar pela educação formal. Fui professor universitário, e ensinar é um amor que eu tenho pra vida. Vejo valor, e muito em se ter educação formal, por diversos motivos que não cabem aqui agora. Mas só o aprendizado pelo aprendizado, sem a ação com ele irá te recompensar em meios comerciais? dificilmente.

Existem casos por exemplo, em que pessoas sem educação formal (graduação/mestrado) mas com garra, dedicação e humildade, desempenham de longe muito melhor do que alguém extremamente academicamente educado mas com arrogância demais para assumir que não sabe algo, aprender e se desenvolver mais. Já vi isso pessoalmente, e continuo vendo, mesmo na empresa global em que estou atuando no momento.

O simples fato de saber muito sobre algo não lhe garante as melhores posiçōes no mercado. Saber por saber, sem saber fazer não é muito valorizado. Não é assim que o mercado recompensa indivíduos.

Parece muito contra intuitivo não? mas acontece, e muito. Não adianta se esconder atrás de seus títulos quando se deparar com algo que tem dificuldade em fazer. Aquele defeito catastrófico em produção não irá se resolver sozinho se você jogar seus títulos neles. E ainda, lembre-se que açōes falam muito mais alto que palavras. Não importa muito o que ou o quanto você diga algo, com o tempo, a inexperiência da parte prática fica evidente para quem já passou por esse processo.

Ganha-se muito mais assumindo que não sabe, “descendo do pedestal” e aprendendo com outros do que sustentar sempre a pose de detentor de todo conhecimento. Assim, alinha-se o conhecimento teórico com o prático. Essa é uma forma de definir inteligência, sabedoria e expertise.

A dura verdade é que somos recompensados para fazer algo com o que sabemos e agregar valor no ambiente em que estamos.

Simples assim.

Como fazer transacões internacionais de valores sem taxas abusivas

Como enviar dinheiro de uma conta do exterior para uma conta no Brasil? Como enviar dinheiro do Brasil para uma conta no exterior? E quando a gente está morando fora do Brasil, mas precisa de Reais em alguma conta corrente de lá pra pagar alguma coisa ou pra socorrer algum parente?

Transferir valores iternacionalmente sempre foi sinônimo de trabalho, dor de cabeça, altas taxas de corretagem dos bancos, demora para entrega do dinheiro, frustração com os serviços de atendimento, etc etc etc.

Muito trabalho e taxas altas tanto do exterior para o Brasil quando do Brasil para o exterior. Uma vez eu paguei quase 100 reais em taxas para a execução de uma ordem internacional de um grande banco do brasil.

Muita empresas de transferências de valores alegam cobrar somente uma taxa fixa por transferência (exemplo, 3 libras). Mas o que muitas vezes elas fazem é ganhar no SPREAD.

SPREWHATTT???? Spread é a diferença entre a cotação real da moeda e o valor cobrado pela empresa de transferência de valores  (os cartões de crédito, os bancos, e etc fazem muito isso).

Sabe quando você compra algo em Dólar no seu cartão (olha a cotação e fica até feliz porque a relação dólar/real não estava tão péssima) mas quando chega a fatura o valor cobrado foi beeeem diferente?! então, o senhor spread atuando.

Excluíndo a variação entre a compra e a data de fechamento da sua fatura de cartão, o que acontece para que essa compra custe muito mais é essa prática muito comum chamada spread.

MAAASSSS um dia eu descobri a Transferwise.

GENTE DE DEUS, como essa empresa é boa! sério.

Primeiro, eu consigo enviar dinheiro pro Brasil, e o dinheiro chega no mesmo dia!!!!!!

Segundo, pago uma taxa fixa só na transferência (que eu já vejo quanto é na hora de fazer a transferência.

Terceiro, pago uma cotação justa. Aquela quando a gente pesquisa no google, é a que a gente vê.

Mesmo antes de fazer o seu cadastro, você pode ir no site fazer simulações de quanto pagaria para enviar o seu dinheiro.

 

Como funciona para mandar dinheiro para outro país pela Transferwise?

Vamos a um exemplo de como eu mando dinheiro da Inglaterra para o Brasil. Mas você pode mandar de onde você estiver para onde precisar. Esse é um exemplo passo a passo para facilitar o entendimento de como funciona.

 Primeiro passo: a gente vai no site da Transferwise e escolhe o quanto a gente quer mandar e pra qual moeda.

 Segundo passo: escolher para qual conta no país de destino o dinheiro irá. Se já tiver cadastrado a conta, é só escolher ela. Senão, é preciso cadastrar a conta do destinatário. 

 Terceiro passo:  confirmar os dados da transferência.

 Quarto passo: escolher a forma como vou enviar dinheiro da minha conta da Inglaterra para a conta da Inglaterra da Transferwise.

Quinto passo: escolher para qual conta bancária da Transferwise do país em que você está você quer mandar o dinheiro. 

 

Sexto passo:  mandar o dinheiro da minha conta da Inglaterra para a conta da transfewise. Quando você escolhe para qual banco você quer mandar o dinheiro no passo anterior, serão exibidos os dados bancários da Transferwise para os quais você deve transferir o dinheiro e você vai ver essa tela a seguir:

 

Nesse passo, o que eu costumo fazer é abrir o aplicativo do meu banco daqui no celular e já mandar o dinheiro na hora. Depois de mandar o dinheiro, você clica em “Já fiz transferência bancária”. Observe que não é obrigatório enviar o dinheiro na hora. Você pode demorar até 24 horas pra enviar o dinheiro (caso precise ir num caixa fazer isso ou por qualquer outro motivo que quiser). O bom de mandar o dinheiro para a transfewise na hora, é que sua transação já fica completa, e daí é só esperar ela efetivar a transferência para o Brasil.

Caso resolva enviar depois, a sua transferência vai aparecer na lista de transferências da sua conta da transferwise com o status de “pendente” até que você envie o dinheiro e eles efetivem a transação.

Então é isso pessoal, esses são os passos para enviar o dinheiro de uma conta da Inglaterra para uma Conta do Brasil como exemplo. Mas são os mesmos passos de qualquer país para qualquer país.

Desde que conheci a Transferwise, parei de sofrer com as taxas abusivas e dores de cabeça de outras empresas e bancos, e só uso essa empresa quando preciso enviar dinheiro da minha conta aqui da Inglaterra pra minha conta corrente do Brasil.

Se você ainda não tem conta na Transferwise, cadastra clicando nesse link que você ganha a primeira transferência internacional de até 500 libras grátis.

Vale super a pena, e é uma empresa que uso sempre e também indico.

 

Abraços, e até a próxima.

 

Como funcionam as férias em contratos anuais na Europa

Vamos falar de coisa boa, vamos falar de iogurteira TOP…, cogumelo do sol, calcit….. Opa, programa errado. 

Uma coisa que parece simples, mas que funciona de forma super diferente aqui na Europa é a forma na qual podemos aproveitar os dias de férias disponíveis em nosso contrato. 

Hoje eu trabalho como Automation Tester em Londres, e se quiser saber como funciona a seleção nas áreas de TI, basta ler nesse texto aqui  que eu explico melhor como foi essa seleção.

Confesso que quando fui assinar o contrato de trabalho, ao ver que eu possuíria apenas 25 dias de férias, passou aquele pensamento pela cabeça:

“nossa, esse pessoal deve trabalhar pra morrer né?! com menos feriados e ainda 5 dias a menos de férias!”

Porém, o que eu não sabia, e fiquei imensamente surpreso e feliz ao descobrir é como funcionam os 25 dias anuais de férias. 

Aqui essa cota anual de 25 dias podem ser repartidos em quaisquer quantidade de partes, em qualquer momento do ano.

Bem diferente do Brasil, que em contratos CLT comuns nos quais podemos repartir as férias em no máximo 2 partes de 15 dias ou com muita sorte em 3 partes de 10 dias se o seu empregador for um anjo.

WHAT????? OI? COMOASSIM?!

Em Londres, e pelo que conversei com outros amigos que moram em outros países da Europa e estão vinculados a contratos anuais como o meu, podemos tirar 1, 2, 3… dias de férias a qualquer momento do ano desde que seu chefe autorize sua saída.

Se em uma sexta feira você achar por bem tirar um dia de férias pra aproveitar bem a sexta, sábado e domingo, você pode pegar um dia dessa sua cota de 25 dias anuais.

Ou se por exemplo você precisar de uma baita quarta feira pra ir levar seu cachorro ao veterinário, você também pode descontar um dia dessas suas férias.

Além disso, sábado, domingo e feriados não são descontados da sua cota anual, caso eles fiquem entre dias de férias.

Por exemplo: marquei uma sexta e uma segunda das minhas férias. O número de dias descontados da minha cota anual são dois dias e não 4 dias (como normalmente seria no Brasil).

Isso na prática, facilita muito a organização da sua vida. Pois você pode simplesmente pegar qualquer combinação de dias quando lhe for mais conveniente.

Além disso, é possível mais facilmente emendar com feriados, pegar promoções de passagens aéreas, viajar em baixa temporada sem estresse, etc.

Você tem mais controle e flexibilidade sobre quando e como tirar seus dias de férias. 

No fim, o que parecia uma super desvantagem se tornou uma baita vantagem que facilita muito a vida.

Como funciona a seleção para empregos na Europa

Fases de seleção mais comuns que enfrentei procurando emprego na Europa

Sempre sonhou em morar fora e não sabe por onde começar? nesse texto eu falo das fases mais comuns pela quais passei enquanto procurava emprego na área de computação na Europa. Conhecendo as fases de seleção, é mais fácil de se preparar para elas.

Se não estiver com tempo para ler, você pode ver o vídeo que eu fiz no youtube explicando essas fases clicando aqui.

Atualmente, vários brasileiros estão saindo do nosso país para trabalhar em outros países. Seja por quais motivos forem, essa realidade é muito comum, especialmente na área de computação.

Isso me deixa muito feliz, especialmente por poder acompanhar de perto que somos um povo de raça, batalhador e que se adapta aos mais diferentes ambientes, tirando de letra o trabalho árduo, seja em áreas mais básicas ou de mão de obra de altíssima qualificação.

Para quem vem de uma cultura de um “conhecido indicar” e logo começa a trabalhar, as diversas fases podem assustar um pouco. Mas não se assuste, tenha paciência porque vale a pena.

Aqui não existe muito você ser entrevistado por uma pessoa só e já ser contratado não. Pelo menos não em áres de alta qualificação profissional que é o caso da computação.  Em TODAS as empresas que me entrevistaram eu passei por diversas pessoas diferentes.

Passei por essas fases da seleção ainda morando no Brasil, o que significa que elas foram conduzidas por telefone e Skype. Vamos as mais comuns.

Primeira fase: o recrutador

A primeira fase depois que você manda currículo em algum site de anúncio de vagas ou linkedin é o contato do recrutador. Esse contato é realizado por telefone, mesmo que ele mande alguns poucos detalhes por mensagens do linkedin ou email.

Resumidamente, o recrutador é o cupido entre a empresa e a você. Geralmente o recrutador é uma pessoa de um empresa terceirizada, que tem o papel de filtrar as pessoas “interessantes” para a empresa que está anunciando a vaga. Assim, o primeiro contato por telefone certamente será feito pelo recrutador.

Você passa a conhecer alguém da empresa pra qual está concorrendo a vaga, apenas após passar pelo recrutador. O recrutador, em geral, vai lhe apresentar várias vagas, de várias empresas diferentes. Mesmo que você chegue nele por ter mandado o currículo para uma empresa específica, em geral eles te apresentam várias vagas por várias empresas e isso é ótimo.

Ame seu recrutador, converse muito com ele, porque o papel dele é te conhecer e te levar para empresa certa, dentre as várias que ele representa. Ele te ligará antes de cada entrevista para lhe dizer rapidamente o que esperar da entrevista, e também te ligará depois da entrevista para lhe dizer o que a empresa achou de você, se gostaram ou não. Então, novamente, vire BFF do seu recrutador, porque ele tem muito a acrescentar na sua vida.

Segunda fase: o seu gerente imediato e colegas de equipe 

Após ser filtrado pelo recrutador e direcionado para as empresas que ele acha que você mais combinará, o próximo passo é ser entrevistado pelo seu gerente imediato. Gerente de desenvolvimento se você é programador, gerente de Qualidadade se é QA, etc.

No meu caso, para meu cargo atual, fui entrevistado tanto pelo gerente de Qualidade tanto quanto pelo gerente de desenvolvimento e também por um colega da equipe na qual entraria.

Nessa fase com o gerente imediato tiveram exercícios práticos da minha área. Fiz um teste prático de 1 hora com exercícios de raciocínio e programação em JAVA por videoconferencia com meu gerente de qualidade, escrevendo no papel, sem poder usar o computador (white board test).

Caso você já esteja morando na Europa, geralmente esses exercícios são feitos pessoalmente, ou as outras fases também são conduzidas pessoalmente.

Terceira fase: os diretores da empresa

Mesmo que seja uma startup de tecnologia menor e mais moderninha, é quase 200% de certeza que em alguma das fases você terá uma entrevista com alguém do altíssimo escalão.

Como eu falei no texto das dicas essenciais que me ajudaram a mudar pra Londres já com contrato assinado, mas nunca é demais repetir: não se deixe intimidar. Não importa se é CEO, CTO, CFO, CMAMSNIJHDIUWOOO, é uma pessoa como outra qualquer, e você vai conversar com ele como conversaria com qualquer outro ser humano. Claro que devemos segurar o nervosismo e não dar bobeira né?!

Em geral das pessoas da equipe que você irá conhecer, ele será a última, porque um diretor não tem muito tempo para gastar com recrutamento.

Quarta fase: negociação de salário

PELO AMOR DE DEUS não fale em dinheiro até que alguém lhe pergunte diretamente em nenhuma das fases. Eles são muito reservados em relação a isso.

“Ahhh mas como vou saber quanto vou ganhar?”.

Em geral, as vagas anunciam o intervalo de salário que existe disponível para essa vaga. Exemplo: 25.000–40.000. Então, pelo anúncio já dá pra ter uma noção o quanto estão dispostos a pagar. Esse será o último detalhe a ser acertado, geralmente entre você e o recrutador.

Bem provável que o recrutador te diga o quanto eles estão de fato dispostos a pagar dentro dessa faixa, e o quanto você está acertando ou não nas entrevistas. Perceba que é comum aqui o salário ser fechado pelo ano, mas recebemos mensalmente. Se o anúncio da vaga é esse faixa acima por exemplo, e fechamos no contrato 40.000 por ano, esse salário é dividido pelos 12 meses do ano (3.333333333 bruto por mês, que será um pouco menos líquido porque tem descontos, assim como no Brasil).

Observe também que horas extras não costumam ser pagas em contratos anuais. Achei isso muito estranho a primeira vez que vi, mas costuma constar no contrato, e confirmei com alguns amigos de outros países europeus essa cláusula.

Última fase: oferta formal

Parabéns! você conseguiu o tão sonhado emprego europeu! passou pelas trocentas fases de entrevista. Venceu o nervosismo de falar com os chefões do lugar e em outra língua. Agora você receberá uma oferta formal.

E o que é isso? A oferta formal pode ser um email confirmando os detalhes de salário e que a empresa de fato te ofereceu a vaga. Ou pode ser algo parecido com o contrato que você irá assinar presencialmente.

No meu caso, foi um email com os detalhes que eles estavam me oferecendo na vaga: carga horária, salário, benefícios, nome oficial da vaga e data de início. Essas mesmas informações estavam no contrato que eles me mandaram por email, o qual imprimi, assinei, escaneei e mandei de volta para eles.

Resumo das Fases

No meu caso, para uma vaga de Automação de teste de software em Londres:

  1. Falei com recrutador.
  2. Fui entrevistado pelo meu gerente de qualidade junto com o gerente de desenvolvimento e um colega de equipe; Fiz testes práticos nessa etapa.
  3. Fui entrevistado pelo diretor de tecnologia.
  4. Negociei o salário com o recrutador.
  5. Recebi a oferta formal constando o salário e o dia de início;
  6. Assinei o contrato via email.

Desde o dia que decidi mudar de país, 3 semanas depois fui contratado pela empresa que trabalho hoje em Londres. 7 semanas depois mudei de país e de vida, completamente.

Muito obrigado por ter lido esse texto. Espero que isso te ajude a entender um pouco mais sobre a seleção para empregos na Europa e te incentive a não desistir!

Se gostou, deixe algum comentário e compartilhe com quem também tem esse sonho e não sabe por onde começar. Se tiver alguma dúvida, basta comentar que tento responder da melhor forma. Espero ter ajudado =}

Como mudei pra Londres em menos de 2 meses com contrato assinado

6 dicas para procurar trabalho na Europa

Num belo dia eu decidi mudar pra Europa! 3 semanas depois fui contratado por uma empresa para trabalhar em Londres. 7 semanas depois mudei de país e de vida, completamente. Como isso aconteceu? Ladies and Gentlemen, please fasten your seatbelt e simbora.

Se não estiver com tempo para ler, você pode ver o vídeo que eu fiz no youtube com essas dicas clicando aqui.

Morar fora sempre foi um sonho antigo. Sabe aquele sonho que a gente cultiva desde criança mas vai adiando, adiando, adiando…

Sempre arrumando um monte de desculpas como “agora não é a hora certa”, “estou num momento bom da minha carreira”, “ganho bem”, “estou confortável no meu trabalho”, “e meus amigos?”, “e minha namorada?”, “em time que está ganhando não se mexe né?!”.

Acredite, passei por todas essas questões, não necessariamente nessa ordem e não necessariamente só uma vez.

Aliás, passei por essas e por tantas outras problemáticas tantas vezes, que seriam necessários alguns volumes de Game of Thrones e vários roteiros de Grey’s Anatomy tranquilamente (ou qualquer outra série de drama, novela da Globo, etc etc. Mas isso é conversa para outro texto, vamos focar em como realizei o sonho de morar fora trabalhando na área na qual me formei).

Como citei anteriormente, morar em outro país sempre foi um sonho, desde quando era criança e que foi crescendo com os anos. A vontade de experienciar outras culturas, viver em outros países, absorver pontos de vista, sempre me moveu. Sou apaixonado por leitura e amo aprender. Então, essa possibilidade de estar inserido em lugares diferentes do confortável sempre me move.

No segundo semestre de 2017 a vontade de mudar veio com tudo. Mas a gente sempre se agarra naquelas questões citadas anteriormente.

Foi aí que decidi acreditar que era possível e comecei a pensar em como realizar ao invés de ficar pensando nos “e se(s)”.

Nesse momento, eu trabalhava em algo que amo muito. Eu era professor em duas universidades:

  • a melhor universidade do estado, pública, na qual eu também me graduei;
  • uma universidade privada renomada.

Aí você que não me conhece já está pensando:

“muito fácil mudar de país quando é rico né?”.

Esse não é nem de longe o caso, e se quiser saber um pouco mais sobre mim, basta ler esse texto de Breve histórico da minha vida com fatos rápidos.

Ao decidir mudar de país, tinha preferência por Londres porque meus pais moravam em Londres.

Finalmente decidi fazer as coisas de forma séria. Até então, sempre mandava meu currículo inglês que era atualizado constantemente para umas vagas de vez em quando e já havia feito algumas entrevistas por telefone, mas nunca levava muito a sério. Estava sempre no modo “quem sabe, se der certo, eu vou”.

Deixar meus dois empregos de professor universitário no Brasil para tentar a sorte em outro lugar não me parecia muito sensato. Mas levar com seriedade seu sonho, é fundamental para que ele aconteça.

Vamos ao que eu fiz para arrumar emprego na Europa em menos 2 meses e ainda morando no Brasil que originou as seguintes dicas.

DICA 1: contrate um número skype

O skype é um programa que serve para fazer chamadas pela internet. Tem como fazer chamada de audio, vídeo, enviar arquivos. Igual o whatsapp, mas o skype veio beeeem antes. O skype pode ser instalado no seu computador e também no celular. Mas o que muita gente não sabe, é que é possível ter um número de telefone nele. É um número de telefone de qualquer país. Praquê isso? porque o primeiro contato das empresas aqui de fora É SEMPRE PELO TELEFONE. Não vão te entrevistar por email de cara, nem whatsapp, telegram, instagram, facebook, linkedin…. Daí se você coloca o número +55 62 corre o risco deles terem problemas ao te ligar. E a gente não quer perder uma ligação de uma vaga de emprego dos nosso sonhos né?! então, por favor, vamos ajudar o destino fazendo um número skype do lugar que você quer arrumar emprego. Outra possibilidade linda da vida é que o skype redireciona as chamadas desse seu número do país que vc escolheu para o seu celular. Isso significa que vc pode estar em qualquer lugar que quiser e o seu futuro empregador vai ligar para seu número que vai estar no formato do seu futuro local de trabalho, e essa ligação vai cair no seu celular brasileiro. Isso não é lindo? eu amo tecnologia gente, é demais! O preço não é alto pelo benefício de não perder uma chance.

DICA 2: contrate uma empresa especializada em escrita de currículos em inglês

Para conseguir emprego na Europa, não tem como mandar o nosso currículo em português (a menos que seja para Portugal). A empresa que eu usei para revisar meu currículo em inglês chama TOPCV. Não ganho nada pela divulgação deles, mas fica o link pra facilitar. Paguei o plano mais barato, de 99 libras, e tive uma completa reescrita do meu currículo. Tem como dividir o pagamento em 3x de 39. Segurem a emoção de achar muito caro por ser em libra (atualmente a 4,5 reais) e vá fundo. Acreditem, é muito diferente da forma que fazemos no Brasil, e também os caras tem o jeito de escrever suas qualidades de uma forma bem rica. Super recomendo como um passo fundamental.

DICA 3: não se intimide pelo número de requisitos que você não tem mas a vaga pede e seja resiliente

Quem é da área de tecnologia sabe que os anúncios de vagas são insanos. Pedem que você saiba tanta coisa de tanta área que seria preciso aprender a programar na mesma época em que aprendeu a falar e andar e ainda assim não seria suficiente para os requisitos das vagas. Então meus queridos, vocês não são os únicos que olham a descrição da vaga e se acham a última pessoa do mundo. Mandei esse currículo refeito pela empresa especializada para muitas, mas muiiiiiiiiiiiiiiiitas vagas. Sério, não consigo precisar quantas foram. Me cadastrei em vários sites de anúncio de emprego na Europa. Alguns dos sites que me cadastrei para busca de vagas de emprego são o Jobserve, CWjobs, Jobsite, Monster, WorkCicle. Durante duas semanas, TODOS OS DIAS mandava currículo para pelo menos umas 50 vagas diferentes, provindas desses diversos sites. Para a maioria das vagas nas quais fui entrevistado eu não tinha TODOS os requititos que eles pediam. Tinha vários, mas não todos. Aliás, nem o anúncio dessa empresa na qual trabalho hoje eu tinha todos os requisitos. A minha principal dica nesse caso é:

Não se deixe intimidar pelo que você não tem e foca no que você tem! Afinal de contas, o não você já tem. Batalhe pelo SIM.

DICA 4: crie/atualize seu linkedin e atormente seus amigos de trabalho para lhe recomendar nele

Sério gente, tenha um linkedin decente em inglês. Não adianta ter um linkedin com um monte de texto em português meus queridos já que no Brasil o linkedin ainda não é muito usado. Mas aqui fora ele é super famoso. Diversas empresas para as quais mandei currículo acessaram meu linkedin (a gente fica sabendo disso porque tem a informação de quem viu seu perfil. Parecido como era no falecido Orkut, lembram?! sorry milenials, acho que esse vocês não sabem o que é né. Dá um google aí). Peçam para seus amigos te recomendarem no linkedin e para cliacarem nas suas competências, corroborando suas qualidades.

DICA 5: seja sincero

Parece bobagem essa dica, afinal quem irá mentir em currículo em pleno 2018 né gente? né jeitinho-brasileiro-na-hora-eu-enrolo!? NADA disso. Colocou lá que sabe a linguagem XPTO, pode ter certeza que vai ter um teste PRÁTICO em algum momento para isso. Sejam sinceros para não passar vergonha depois. Aqui a sinceridade reina. Não sabe muito bem alguma coisa?! tudo bem, lembre-se do terceiro passo e não se deixe intimidar. Mas pelo amor de Deus, demonstra interesse, entusiasmo e vontade de aprender. Não responde “não sei” e faz cara de enterro não, porque afinal de contas, a gente ainda está na saga de conquistar nosso emprego dos sonhos, correto?! então, se não souber algo, seja sincero, mas demonstre interesse, entusiasmo, vontade de aprender, sabedoria… isso é muito valorizado. Especialmente na área de tecnologia, aprendizagem rápida e gostar de aprender é muito valorizado.

DICA 6: não se intimide porque seu inglês não é perfeito

As empresas estão interessadas se você sabe se comunicar, não se você consegue se expressar como um obra do William Shakespeare. Eu tenho IELTS marca 7.0 (UAU parabéns para mim. “Ele é muito inteligente ele”). Mas isso fez alguma diferença na minha seleção? Eu diria que muito pouco (pra não dizer nenhuma. Seria diferente se fosse para mestrado/doutorado, mas não é o caso). Nenhuma empresa que me entrevistou perguntou se eu tinha certificado de inglês. Então NÃO gaste seu tempo e dinheiro com IELTS e TOEFL não, se sua intenção for só arrumar emprego na Europa. Gaste seu tempo aprendendo a se comunicar. Novamente, eles estão interessados se você sabe se comunicar e sabem que não é sua língua materna. Além disso, eles são compreensivos (pelo menos a maioria deles é, apesar de alguns se fingem de desentendidos, mas isso não importa). Brasileiro arrasa no trabalho porque somos hard workers de nascença. Estude, aprenda, melhore, mas não desista porque seu inglês não é perfeito. Conheço tanta gente aqui fora que o inglês não é perfeito, e não só aqui em Londres.

Resumindo as dicas

  • Contrate um número skype;
  • Contrate uma empresa especializada em escrita de currículos em inglês;
  • Não se intimide pelo número de requisitos que você não tem mas a vaga pede e seja resiliente;
  • Crie/atualize seu linkedin e atormente seus amigos de trabalho para lhe recomendar nele;
  • Seja sincero;
  • Não se intimide porque seu inglês não é perfeito.

Se quiser saber como funciona o a seleção para emprego na Europa e quais as fases mais comums do processo seletivo, basta clicar aqui e ir para um outro texto no qual eu explico.

Essas são as dicas que eu usei e que me ajudaram a conseguir meu emprego e a mudar para Londres em menos de dois meses, espero que te ajude também. Muito obrigado por ter lido esse artigo. Se gostou, pode comentar e compartilhar com quem possui o mesmo sonho. Se tiver alguma dúvida, basta comentar que tento responder da melhor forma. Espero ter ajudado =}