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A equipe scrum possuía 8 integrantes:

  • 1 dona do produto;
  • 1 scrum master;
  • 2 testers (eu era um deles);
  • 4 desenvolvedores.

Todos com bastante experiência em suas áreas, bem versados em métodos ágeis e muito bons no que faziam.

A empresa é uma multinacional, com mais de 100 anos de existência, que fatura bilhōes por ano e com bases em diversos países.

Mesmo com tanta experiência reunida em uma mesma equipe e com todo o aparato por parte da empresa, enfrentávamos diversos problemas como:

  • diversas vezes atrasamos as nossas entregas, mesmo sendo uma carga de trabalho que nós mesmos concordamos em fazer em uma determinada sprint;
  • quase nunca estávamos em acordo quanto as estimativas das histórias;
  • parear para trabalhar com outro colega era sempre difícil, parecia que as coisas não fluíam quando estávamos juntos;
  • era difícil perguntar mesmo coisas simples uns aos outros; a sensação de estar incomodando o colega quando perguntava alguma coisa era sempre frequente;
  • a comunicação do estado atual de cada tarefa era complicada: mesmo sentando juntos, conversando todo os dias, respeitando as cerimonias do scrum, por vezes quando alguém dizia que seria capaz de entregar tal tarefa amanhã, isso não se tornava realidade.

Até então, eu nunca tinha trabalhado em uma equipe assim.

Na minha trajetória profissional, havia tido a sorte de sempre trabalhar em equipes que, por maiores as dificuldades enfrentadas, o espírito de equipe imperava, e sempre conseguíamos dar um jeito e realizar entregar consistentes.

Mesmo no tempo em que trabalhei em órgão público no Brasil, enfrentei alguns desafios mas ainda assim conseguimos superá-los.

Mas esse não parecia ser o caso dessa equipe.

E alguns meses após essa equipe ser desfeita, e os membros dela redistribuídos em outras equipes, constatei que realmente o problema era realmente essa equipe.

MAS, o que faltava nela?

Em resumo, consigo dizer que faltava espírito de equipe.

Parece algo vago e que charlatōes com títulos vagos usariam para definir um problema de natureza abstrata sem significar muito.

Apesar de parecer um mistério, existem teorias que tentam explicar. Algumas em formas de propriedades emergentes de sistemas complexos. Outras, definem como espírito de equipe.

Seja como quiser chamar, o fato é que, de alguma forma, pessoas boas, bons profissionais isoladamente, as vezes podem não funcionar bem juntos.

Essa foi a pior equipe em que estive. E conversando com alguns outros membros dela, após estarmos alocados em diferentes equipes, ouvi a mesma constatação.

A equipe era ruim não pelas pessoas em si, mas por elas juntas simplesmente não funcionar. Apesar dos diversos esforços do scrum master e outros gestores de melhorá-la, a melhor decisão, foi no fim desfazê-la.

E assim, aprendi na pele, que ser um bom team player e ter bons team players ao seu lado fazem toda a diferença.

Uma boa equipe

Uma boa equipe, significa muito mais do que ter excelentes profissionais com enormes experiências juntos. Eles devem interagir bem entre si, e serem capazes de constituir uma master mind, como diria Napoleon Hill, que é muito maior, melhor e poderosa do que qualquer indivíduo.

Devem ser capazes de prover feedback e também recebê-lo com prazer. Criticar um colega é muito mais fácil do que receber críticas. Mas ambos os casos devem ser verdade e feitos com o objetivo de melhorar.

Se todos possuem a mesma visão quanto ao seu papel de dar suporte e apoio aos demais membros de uma equipe e fazer muito mais que seu trabalho diário, as coisas fluem de uma forma incrível.

E você, já esteve em uma equipe ruim? o que fez para melhorá-la?